Atualmente extintos, você sabia que pequenos fabricantes de carros esportivos já existiram em grande quantidade no país? Joni Ricardo Fernandes Duarte, empresário e entusiasta de veículos, acredita que estes foram responsáveis por moldar uma parte significativa e interessante na história da indústria automobilística do Brasil.
Para o empresário Joni Ricardo Fernandes Duarte, criatividade, idealismo e ousadia são aspectos que marcaram a produção artesanal e de baixa quantidade dos carros brasileiros antigos. Esses, além de serem legitimamente brasileiros, são projetos originais, isto é, não se trata de réplicas de veículos estrangeiros, e surgiram por meio da iniciativa de empresas locais.
Confira, a seguir, alguns entre os principais modelos de carros brasileiros antigos:
Anos 60
- Puma GT 1.500
Independente de qual seja o modelo, qualquer automóvel produzido pela Puma é, atualmente, objeto de coleção. O GT 1.500 surge em 1967, quando a Volkswagen adquiriu a DKW Brasil, extinguindo as produções dessa marca. A partir disso, a Puma passou a necessitar de outra base mecânica para seus projetos, optando pelo motor com refrigeração a ar da montadora. A partir daí surge o nome 1.500 desse cupê lançado no segundo semestre daquele ano, inspirado em esportivos europeus, em especial, os italianos.
- Brasinca 4.200 GT
Segundo o empresário Joni Ricardo Fernandes Duarte, a Brasinca era uma fabricante de carrocerias para veículos pesados que atuava em São Caetano do Sul (SP). Nos anos 60, dedicou-se a uma empreitada para produzir carros esportivos de alto desempenho. O resultado foi o surgimento desse clássico entre os carros antigos: o cupê 4.200 GT, com nome referente ao seu motor, projetado por Rigoberto Soler. Para a época, seu design era arrojado e agressivo, o que impressiona muitos e, ao mesmo tempo, ainda causa polêmicas.
Anos 70
- Bianco S 1600
Se você é antenado em automóveis, como o empresário Joni Ricardo Fernandes Duarte, certamente conhece Toni Bianco, um criador de carros esportivos brasileiros que segue na ativa até os dias atuais. Entre seus carros antigos brasileiros, está um dos cupês mais originais já desenvolvidos no país: o Bianco S 1600, que foi lançado no Salão do Automóvel de São Paulo em 1976. Apesar de ser um modelo que fez sucesso nas pistas, seu desempenho era inferior ao dos antecessores, devido ao motor Volkswagen 1.600 a ar.
- Santa Matilde SM
Com o sucesso dos carros esportivos brasileiros no mercado, a Companhia Industrial Santa Matilde, produtora de implementos ferroviários e agrícolas sediada em Três Rios (RJ), enveredou para o ramo automotivo. Após um período de desenvolvimento, produziu em 1978, um automóvel que mesclava luxo e esportividade. Batizado de SM, esse carro foi desenhado por Ana Lídia Pimentel e apresentado no Salão do Automóvel em São Paulo, atraindo uma série de compradores.
Anos 80
- Adamo CRX
Diferente das demais, o empresário Joni Ricardo Fernandes Duarte considera a trajetória da Adamo extensa. A empresa, que fabricava artigos de poliéster em São Paulo, migrou para o setor de veículos em 1968 e, ao longo da década de 70, apresentou uma série de produtos. No entanto, seu ápice aconteceu quando aprimorou suas técnicas construtivas e passou a utilizar propulsores refrigerados a água da Volkswagen. A primeira criação da Adamo com essa característica foi o CRX 1.8, feito em 1984 e que lembrava vagamente o Porsche 924 em sua carroceria.
- Miura Saga
Por fim, o empresário Joni Ricardo Fernandes Duarte indica o Miura como um entre os carros brasileiros antigos que é o mais extravagante. Esse veículo surgiu por iniciativa dos empresários Aldo Besson e Itelmar Gobbi, donos de uma indústria de acessórios para veículos em Porto Alegre (RS). A Miura Saga, lançada em 1984, contava com o motor Volkswagen 1.8, contudo, o que mais impressionava eram seus equipamentos.