Em reação ao governo, conselho da Petrobras decide mudar formato de definição da política de preços

Em reação ao governo do presidente Jair Bolsonaro, o Conselho de Administração da Petrobras decidiu nesta quarta-feira (27) mudar a atual governança da estatal sobre a política de preços antes mesmo da assembleia que definirá os novos membros do órgão, agendada para 19 de agosto.

Até então, a política de preços era definida pela Presidência da Petrobras em acordo com as diretorias de Comercialização e Financeira. Pela decisão tomada nesta quarta, a partir de agora, o próprio Conselho de Administração também participará das discussões sobre a definição da política.

A Petrobras adota desde 2016, no governo Michel Temer (MDB), a chamada política de paridade internacional para a definição dos preços dos combustíveis. Por esta política, os preços cobrados no Brasil seguem os preços cobrados no exterior.

Quando adotou a medida, a empresa disse que a paridade internacional poderia reduzir os preços dos combustíveis cobrados nos postos, mas, na prática, os preços têm aumentado desde então. Nos últimos meses, os sucessivos reajustes levaram à queda de presidentes da empresa e do ministro de Minas e Energia.

Os frequentes reajustes nos combustíveis também geraram impacto na inflação dos últimos meses, que cresceu a ponto de causar preocupação na equipe do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.

Guerra do governo com o conselho
O governo trava uma guerra contra o atual conselho para tentar controlar a empresa.

Isso porque, em recente reunião, o conselho aprovou relatório do Comitê de Elegibilidade que rejeitou dois nomes indicados pelo governo para compor o grupo.

Desta forma, não bastará ao novo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, mudar a diretoria para mudar a política de preços. O indicado de Bolsonaro terá de submeter o tema também ao Conselho de Administração.

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