Enquanto investidores avaliam perspectivas de crescimento e analistas projetam valuation, há uma estrutura silenciosa que determina se uma empresa está realmente pronta para abrir capital: o preparo técnico da sua base financeira. E poucos sabem disso tão bem quanto Robson Gimenes Pontes, especialista em estruturação de negócios e modelagem financeira com mais de duas décadas de experiência.
Abrir capital não é um movimento apenas de mercado — é, acima de tudo, um teste de maturidade. Empresas que desejam ingressar na bolsa precisam provar que não são apenas lucrativas, mas previsíveis. E previsibilidade, como lembra Robson, não se constrói da noite para o dia. “O investidor não compra só a promessa de crescimento. Ele compra a estrutura que garante que esse crescimento vai ser sustentável”, afirma.
De acordo com Robson, os bastidores de um IPO exigem um nível de organização financeira que muitos empresários subestimam. Dentre os requisitos, estão:
- Demonstrativos auditados e coerentes com os últimos três anos de operação;
- Estrutura robusta de compliance contábil e fiscal;
- Modelos de projeção financeira realistas, com cenários múltiplos;
- Governança clara e protocolos internos bem definidos;
- Indicadores operacionais integrados a análises financeiras consistentes.
“Antes de abrir capital, é preciso abrir os olhos para dentro. Se o financeiro está improvisado, o IPO vira um risco reputacional, e não uma oportunidade”, alerta.
Para Robson, o maior erro que as empresas cometem ao considerar um IPO é achar que se trata apenas de branding ou estratégia comercial. “Claro que imagem importa. Mas a credibilidade é construída com números, e não com discursos. E são esses números que vão sustentar o valuation — ou derrubá-lo.”
Sua atuação em projetos de preparação para mercado de capitais inclui não só o refinamento da estrutura financeira, mas também a formação de conselhos preparados, revisão dos critérios de investimento e mapeamento de riscos sensíveis. Ele lembra que, além de tudo isso, há uma questão cultural: a empresa precisa estar pronta para operar com transparência constante. “Depois que o capital é aberto, não existe mais informalidade aceitável.”
Nos bastidores de operações bem-sucedidas de abertura de capital, quase sempre há um nome técnico forte que preparou o terreno, estruturou os controles e garantiu que a empresa não tropeçasse em sua própria ambição. “IPO é como subir ao palco — mas é no ensaio que a empresa mostra se está pronta”, finaliza Robson.
Autor: Tiberios Kirk